sexta-feira, 28 de setembro de 2007

ESTRANHA LOUCURA


Minha estranha loucura
É tentar te entender e não ser entendida
É ficar com você
Procurando fazer parte da tua vida
Minha estranha loucura
É tentar desculpar o que não tem desculpa
É fazer dos teus erros
Num motivo qualquer a razão da minha culpa
Minha estranha loucura
É correr pros teus braços quando acaba uma briga
Te dar sempre razão
E assumir o papel de culpada bandida
Ver você me humilhar
E eu num canto qualquer dependente total do teu jeito de ser
Minha estranha loucura
É tentar descobrir que o melhor é você
Eu acho que paguei o preço por te amar demais
Enquanto pra você foi tanto fez ou tanto faz
Magoando pouco a pouco
Me perdendo sem saber
E quando eu for embora o que será que vai fazer?
Vai sentir falta de mim
Vai tentar se esconder
Coração vai doer
Evai sentir falta de mim
Alcione

ჱﻶﻉ " A Superstição é Imortal ჱﻶﻉ  


 

  Quando eu era bem menino   

  Tinha fadas no jardim   

  No porão um monstro albino 

    E uma bruxa bem ruim.  

   Cada lâmpada tinha um gênio  

   Que virava ano em milênio  

   E, coisa bem mais perversa,  

   Sapo em rei e vice-versa.   

  Tinha Ciclope,Centauro,    

 Autósito, Hidra e megera,   

  Fênix, Grifo, Minotauro,  

   Magia, pasmo e quimera. 

    Mas aí surgiram no horizonte  

   Além de Custer e seus confederados  

   A tecnologia mastodonte   

  Com tecnologistas bem safados   

  Esses homens da ciência me provaram  

   Que duendes, bruxas e omacéfalos   

  Eram produtos imbecis de meu encéfalo.  

   Nunca existiram e nunca existirão:  

 uma decepção!    

 Mas continuo inocente, acho.   

  Ou burro, bobo, ou borracho.  

   Pois toda noite eu vejo todo dia    

 Tudo que é estranho, raro, ou anomalia:  

   Padres sibilas   

  Hidras estruturalistas   

   Ministros gorilas   

  Avis raras feministas  

   Políticos de duas cabeças  

   Unicórnios marxistas  

   Antropólogas travessas 

    Mactocerontes psicanalistas 

    Cisnes pretos arquitetos   

  Economistas sereias  

   Democratas por decreto  

   E beldades feias    

 Que invadem a minha caverna  

   E me matam de aflição    

 Saindo da lanterna  

   Da televisão.        


  ჱﻶﻉ Millôr Fernandes ჱﻶﻉ

A menina, o pássaro e a flor...


A menina, o pássaro e a flor...

Todos os dias a menina alegre

Passeava correndo no jardim

Atrás do pássaro voador

Que num corrupio sem fim

Dançava só para ela!

E a menina cantava:«

Vem passarinho bonito,

Vem cheirar a tua flor!»

Cantarolava encantada

Pelo rodopiar do amigo.

E a flor abria-se só para eles,

Generosa de cheiros tão bons

Como os da nossa infância...

Era o nariz da menina

E o bico do passarinho

A espirrar de alegria

Numa brincadeira sem fim...

Porque ser criança é assim
E assim deve ser.

Manuela B.