segunda-feira, 30 de abril de 2007

Madrugada


Fiquei pensando o que postar nessa madrugada...
Como sempre minha mente vagou pelo silencio da noite...
Observei que eu nao tinha nada a escrever...
Apesar da minha mente está saturada de coisas a serem ditas...
Por algum motivo, nao consigo ordenar meus pensamentos...
Por algum motivo, nao consigo me entender...
Tento procurar dentro de mim respostas para minhas perguntas...
Tento procurar nas pessoas, resposta para minhas perguntas...
Mas o q encontro?!! Apenas mais perguntas... Sem respostas..
Me disseram uma vez que as respostas q procuramos estao na nossa frente... Apenas precisamos abrir nossos olhos para o sobrenatural e nos permite enxergar...
Mas assim é a vida...
E a minha é como um imenso livro...
Cheio alegrias, decepçoes, vitorias e derrotas...
Ma aprendi com tudo isso...
Ainda procuro minhas respostas..
Atraves da dança... da meditaçao... dos meus sonhos...
Enquanto nao as encontro vou vivendo.. Aprendendo e ensinando...
Tal como diz o nosso poeta Luís Vaz de Camões:

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades. ''




By Anna Rafaella....

** A FLOR E O VENTO **


** A FLOR E O VENTO **

Adaptado de uma Lenda Viking: Fernanda Guimarães & J.B. Xavier

O Vento rolava no penhasco, e depois de tocar o oceano, atirando-o contra o rochedo, elevava aos céus o espumaredo. Então subia em desespero a escarpa, onde no mais alto de seus promontórios, no tronco do velho carvalho, pendente sobre o abismo, a orquídea o aguardava entre sorrisos de amor.Podia-se sentir a fragrância que dela emanava, quando as primeiras luzes da manhã, acarinhavam suas pétalas. Seus matizes atraíram os olhares do vento, desde a primeira vez, quando viu o sol deitar-se sobre ela, atiçando ainda mais seu cintilar.
Como se isso fosse possível... Não se contivera em apenas fitá-la.
Rendido, aproximou-se, vestido de aragem, num primeiro momento.
Com sua mansuetude, despertou a atenção da linda orquídea.
O coração da aragem pulsou descompassadamente e sem que percebesse, transformou-se em vento, dada a emoção que em seu peito avolumava-se, quando em pensamentos, percebia-se em frêmito, ansiando aquela flor sempre tocar. Rodopiava faceiro, espalhando folhas, e num breve instante a abraçava em doido anseio, balançando suas pétalas brilhantes em acintosa felicidade, para o mar que bramia lá embaixo.
Ensandecido, o oceano, enciumado, alteava-se em ondas poderosas que despedaçavam a rocha, tentando alcançar a flor maravilhosa que há muito tomara seu coração, e, quando a via nos redemoinhos do vento, seu troar fazia tremer o penhasco e até o velho carvalho oscilava na beira do precipício.
O rugido do oceano era audível nos mais longínquos recantos do universo. Havia um agitar frenético que feria os ouvidos da natureza. Nessas ocasiões, o coração da orquídea batia assustado e gotas de orvalho, deslizavam gritando em suas pétalas aflitas. Átimos durava a felicidade do vento. Então ele partia, repetindo a agonia que era sua sina desde o início dos tempos. Buscava eternizar aquele breve contato, mas ainda que tentasse, jamais poderia permanecer. Enquanto se despedia, levava em suas mãos a fragrância da orquídea e assim, encontrava forças para cumprir sua missão. Seu destino era correr o mundo, viajar por terras distantes, assobiar no cume das dunas de desertos longínquos, percorrer bosques de eucaliptos perfumados e rodopiar pelos céus, dançando com as borboletas... Percorria o mundo inteiro, e, em suas alegrias, dispersava tempestades, levantava nuvens de poeira e farfalhava as folhas das florestas...Era a estação das festas. Mas, quando lembrava da gentil orquídea que aguardava seu retorno, seus sorrisos cessavam. Então, apressava o seu voar.
Avançava em linha reta, e como furacão, varria tudo que encontrava em seu caminho, sem que nada o importasse. Seu amor estava a aguardar! Era só nisso que pensava, e célere corria, quanto mais pressentia aproximar-se o seu chegar. Finalmente, apenas o oceano o separava de sua amada. Acelerava seu planar por sobre as ondas, e encapelando-as, em procelas as desfazia. Às vezes, brincava com elas, espalhando pelo céu suas espumas... Se nuvens negras barravam-lhe o caminho, expulsava-as de sua rota, devolvendo-as ao mar. Nada podia detê-lo...Os olhos do tempo faziam-no lembrar de que a orquídea já lhe abria pétalas de beijos, aguardando-o em sua alcova perfumada, com seus lábios umedecidos pelo orvalho. Turbilhões de inquietações o perturbavam, ao lembrar da fragilidade de sua doce amada. Nesse dia, tinha pressa, a saudade era atroz, e depois de uma volta ao mundo, vinha risonho, feliz e veloz...Havia algo de estranho, entretanto, desta vez! Lá no alto do promontório, o carvalho ele não avistou. Apenas viu um rochedo imenso, na fímbria do oceano, e lá no alto, o vazio, de onde havia se soltado... Ao seu redor, jazia o carvalho, despedaçado...
Galhos boiavam ao longe, folhas soltas esvoaçavam nessa triste e trágica paisagem...E sua amada, onde estaria? Foi então que ele a viu nos braços do oceano... Inerte, boiava sem vida, com as pétalas destroçadas, aos poucos sendo empurrada para o alto mar...Bramiu o vento um terrível rugido, próprio dos amantes em desgraça! Candidamente, rodopiou ao redor da amada, e transportou-a delicadamente ao alto do penhasco, onde a depositou com o desespero dos sonhos perdidos, sobre o tronco de um grande jacarandá. Depois chamou a si todos os pólens que transportava pelo mundo e semeou-os no mesmo galho, formando um lindo jardim...Como uma triste brisa, ele sobrevoou ainda por algum tempo o local onde deixara a amada, e depois, alçou vôo tempestuoso. Passou raivoso por sobre as colinas distantes, e, invocando os poderes de Odin, seu criador, desceu em impiedosa ventania sobre o oceano, atirando-o contra os rochedos, erguendo-o em torres d'água monstruosas, que subiam, sugadas por furacões impensáveis, que eram atiradas e espargidas aos espaços onde se pulverizavam, desaparecendo no horizonte.Por muito tempo ficou o vento a fustigar o oceano, até que, extenuado, foi embora, deixando no mar um rastro de espuma, último vestígio da luta dos titãs. Njord, o deus dos oceanos e Jord, a deusa da terra, foram chamados à presença de Odin que lhes ordenou jamais se envolvessem novamente em conflitos terrenos, porque, temia ele que nunca mais o vento e o oceano voltassem a ser amigos.
Mesmo assim, longe das vistas de Odin, ainda se pode ouvir o bramido da batalha surda, quando se encontram o oceano, o rochedo e o vento em algum precipício distante...
E, desde então, o vento vaga em solidão sussurrando entre os penedos, numa triste melodia, à amada, e, para que ela viva sempre em sua lembrança, por onde quer que passe escreve versos na aquarela dos sonhos daqueles que sabem reconhecer em seus sussurros, doces canções de amor...

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ninfa adormecida


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Vazio...


O lugar em mim, deixou de ser vazio...
A lágrima nua de meu rosto não se vê mais...
Desgostoso torna este vazio, transformando esta saudade e solidão no mais belo verso de um poema...
Mestre dos Magos...