Ó pequena formiguinha,
Tão sozinha e desgarrada,
Se perdeu no seu caminho,
Está só sem carinho,
Tentando encontrar a estrada.
Sonhou que poderia,
Viver a vida sozinha,
Percebeu seu grande erro,
Mas o rumo já não tinha.
Depende agora da sorte,
Quem sabe se for para o norte,
Tem o sul e o nordeste,
O leste e o oeste,
Bem mais fácil é a morte.
O jeito é mesmo rezar,
Seus pesinhos já doendo,
De tanto tempo andar.
Sentou na beira de um morro,
Já quase pedindo socorro,
Olhou pro céu á pensar.
Mas vejam que grande surpresa,
O morro não era morro,
E sim seu formigueiro,
Acabou sua tristeza.
Mamãe a chorar,
Preocupada à sua espera,
Lhe deu um puxão de orelhas,
Estava brava, uma fera.
Pediu desculpas a ela,
Lhe perdoou, foi sincera,
Mais uma surra levou,
Do seu pai, de fivela.
Carlos de Almeida