quarta-feira, 22 de agosto de 2007

SONHADORA

Ó pequena formiguinha,
Tão sozinha e desgarrada,
Se perdeu no seu caminho,
Está só sem carinho,
Tentando encontrar a estrada.


Sonhou que poderia,
Viver a vida sozinha,
Percebeu seu grande erro,
Mas o rumo já não tinha.



Depende agora da sorte,
Quem sabe se for para o norte,
Tem o sul e o nordeste,
O leste e o oeste,
Bem mais fácil é a morte.




O jeito é mesmo rezar,
Seus pesinhos já doendo,
De tanto tempo andar.


Sentou na beira de um morro,
Já quase pedindo socorro,
Olhou pro céu á pensar.




Mas vejam que grande surpresa,
O morro não era morro,
E sim seu formigueiro,
Acabou sua tristeza.




Mamãe a chorar,
Preocupada à sua espera,
Lhe deu um puxão de orelhas,
Estava brava, uma fera.




Pediu desculpas a ela,
Lhe perdoou, foi sincera,
Mais uma surra levou,
Do seu pai, de fivela.
Carlos de Almeida