
Noturno guardião dos sonhos
Quando o sono encerra o canto
E o lamento,
Transforma a dor e o pranto
Em esquecimento.
Tu que vestes de estrelas
O pano da noite
E conduz
Nesse infinito espaço,
O ventre imenso
Da lua,
Em seu altar de prata.
Dos teus negros olhos,
Nascem a aurora,
Como a esperança
Que rompe com seus braços de sol
A escuridão.
E do teu absoluto breu,
Gênio da noite,
Permites que surjam
Os primeiros anjos
Em suas vestes.
E de suas mãos
Surgem mandalas
E de seus dedos
Prelúdios
Nas cores do dia,
E há desejos
Nos olhos incendiados
Da manhã.