sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Poema


O sol vai-se aninhando, o tempo não passa, eu não me entendo. No entanto sei que em breve estarei segura, ancorada na maré. Vou-me sobressaltando entretanto, perante a impermeabilidade dos códigos em que me descubro cifrada. Sou o falível autómato humano – a obra mais imperfeita da natureza.

Esse Olhar

Esse olhar
parado sem hoje nem passado
Esse olhar sem espera
como canto preso em boca entreaberta
Esse olhar cansado desfeito sem jeito
não grita não chora
Esse olhar desarmado como barco sem leme
Existe
Não posso ignorá-lo!

Como é difícil..


Como é difícil..
Fechar os olhos...
Deixar o vício ...
Cair em prantose sorrir!

Como é difícil...
Estar ferida...
Com as mãos no rosto...
Escondendo o disfarce!


Como é difícil...
Sentir a dor de ser difícil...
A perceber que os outros estão percebendo...