quinta-feira, 26 de abril de 2007

Lagrimas de uma fada...


Poema a Alzheimer

Para meu avô/Meu pai/Meu heroi..!!!

O teu rosto querido, o teu sorriso amado
São os mesmos do passado,
E às vezes brilha o sol em ti
E as tuas palavras surgem como sempre as ouvi
Mas logo se apagam as velas iluminadas

E da tua boca emergem milagres e espadas
Onde fantasmas discutem vagamente
E onde mortos vêm ao presente:
É Alzheimer, o poeta doente.



O teu cérebro enrola linhas de um novelo passado
E o relógio que bate na tua mente
Tem o ponteiro dos anos parado
Como se quisesse fugir a um feio presente
Sem saber, Alzheimer sonha, inventa e mente...
Os fios trocados da tua cabeça tecem novelas
E como um poeta tonto, criam bagatelas.
Mas não é a vida feita de memórias
E de fios presos a um mundo infantil
E de imagens fugidias de um mundo pueril?
Sim. Alzheimer é apenas um contador de histórias.
Oh! E se é assim, não faz mal, não faz mal…
O que é a vida senão um rol de ilusões?
E para quê valorizar a lógica num mundo de aberrações?
Deixa a tua mente conosco brincar.
E não mais estar presa aos fios do tempo e do pensar.
Sim.
Não faz mal, não faz mal…
E no entanto como me doem e fazem me chorar...
Os teus poemas sem céus de água azul...
Os teus dias sem patos traçando linhas de alegria rumo ao sul...
As tuas histórias sem pombas nem deuses imortais a pairar...
O teu relógio sem horas grandiosas por soar.
E. Reisinho

Aos amigos....


Nunca ninguém sabe


Nunca ninguém sabe
se estou louco para rir ou para chorar.
Por isso o meu verso tem esse quase imperceptível tremor...
A vida é louca, o mundo é triste:
Vale a pena matar-se por isso?
Nem por ninguém!
Só se deve morrer de puro amor...
(Mário Quintana)