voce me completa....
sábado, 14 de abril de 2007
Meus Oito Anos
Oh ! Que saudades que tenho
Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !
Como são belos os dias
Do despontar da existência !-
Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor !
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar !
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !
Oh ! dias da minha infância !
Oh ! dias da minha infância !
Oh ! meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã !
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã !
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
Pés descalços, braços nus
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis !
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar !
(CASIMIRO DE ABREU)
Se o vento sopra sem sentido
as estrelas podem me guiar
Se eu não te tenho aqui comigo
Quando sonho eu posso encontrar
A liberdade sempre andou comigo
Nas esquinas de algum lugar
Mas o meu lugar é estar contigo
Eu não posso mais me controlar
Por mais que eu tente lhe dizer
O quanto eu sinto por você
Como é possível não saber que eu te quero
Não importa se estou sozinho
Eu não tenho como te esquecer
Vagando pelas ruas sem destino
Se me perco me encontro em você
Por mais que eu tente lhe dizer
O quanto eu sinto por você
Como é possível não saber
que eu te quero......
Canção do Amor-Perfeito
O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas.
O tempo seca a saudade, seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas, vagando seco e vazio como estas conchas das praias.
O tempo seca o desejo e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco, vestígio do musgo humano, na densa turfa mortuária.
Esperarei pelo tempo com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque, não na terra, Amor-Perfeito, num tempo depois das almas.
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