O tempo seca a beleza, seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve, desunido para sempre como as areias nas águas.
O tempo seca a saudade, seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas, vagando seco e vazio como estas conchas das praias.
O tempo seca o desejo e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco, vestígio do musgo humano, na densa turfa mortuária.
Esperarei pelo tempo com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque, não na terra, Amor-Perfeito, num tempo depois das almas.
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