TRISTEZA
Chovia lá fora.
E como sempre, as noites de chuva
Fazem-me pensar.
Devagar elas vão me deixando triste
E meu rosto, como tudo lá fora se umedece.
Quando há chuva lá fora,
Também há chuva nos meus olhos.
Não que eu não goste dela,
No começo ela me acalma
Deixa-me tranqüila,
Com os sentimentos abertos a tudo que acontece.
Mas essa tranqüilidade me apassiva,
Antepõe-se aos meus movimentos.
Então, torno-me alvo de suas mágoas,
Objeto dos seus desencantos.
Antes de cada uma dessas noites
Eu prometo sair,
Prometo estar lá fora
Mas elas me enganam
Brotam inesperadamente dos dias
Fazendo com que eu não possa fugir.