sexta-feira, 26 de outubro de 2007

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Frio. Vento. Música.
O mundo engole as palavras.O amor grita.
Sua voz é rouca, sai fraca, mas grita.
Sangra. Cospe o coração.
Pega e examina.
Não vê nada.
O que sente o coração?
Decidiu abri-lo para ver o que tinha dentro.
Pegou a chave que estava no bolso esquerdo.
Abre o cadeado e se depara com uma escada bem escura.T
oma coragem.
Precisa de fogo. Acende uma vela.
Fogo. Luz. Desce. Frio. Vento.
Uma musica toca de longe.
Um som leve de tambor misturado com o suave som de violinos.
Escuridão. O vento apagou a vela.
Tateia. Busca. Não pode seguir seu coração.
Deita no chão.
Esta perdido.
Desiste e fecha os olhos na escuridão. Sente o corpo leve.
Começa a flutuar.
Seu corpo sobe.
Sobe.
Sobe.
Encostam com a parte de cima, rosto, dedos, joelhos, pontas dos pés, em uma superfície.
Gosmenta. Pegajosa. Tateia.
Encontra uma corda que dá em um buraco.
Consegue se desvencilhar da substancia que esta grudada em seu corpo.
Sobe.
Sobe.
Sobe.
Som. Forte. Alto. Tambor. Tum.Tum.
Ensurdecedor.
A corda arrebenta. Consegue segurar.
Em uma mão. A mão agarra a sua e puxa.
Consegue subir.
Pergunta quem esta ali, mas sua voz não sai.
Esta completamente mudo.
Tateia.
A mão sai da parede.
Uma parede impenetrável.
Descobre outras mãos.
Ninguém fala.
Só há mãos e o som do tambor.
Entrega-se de vez ao cansaço.
Encosta. Na parede. As mãos o agarra e o suga para dentro da superfície dura.
Tenta escapar. È engolido. Tenta escapar
.Escapar. Sua mão consegue.
Ele não.
Descobre.
O segredo do coração.
( Daniela Dionísio)

Quando eu ti encontrar


Eu já sei o que meus olhos vão querer
Quando eu te encontrar
Impedidos de te ver
Vão querer chorar
Um riso incontido
Perdido em algum lugar
Felicidade que transborda
Parece não querer parar
Não quer parar
Não vai parar
Eu já sei o que os meus lábios vão querer
Quando eu te encontrar
Molhados de prazer
Vão querer beijar
O que na vida não se cansa
De se apresentar
Por ser lugar comum
Deixamos de extravasar
De demonstrar
Nunca me disseram
O que devo fazer
Quando a saudade acorda
A beleza que faz sofrer
Nunca me disseram
Como devo proceder
Chorar, beijar, te abraçar
É isso que quero fazer
Isso que que quero dizer
Eu já sei o que os meu braços vão querer
Quando eu te encontrar
Na forma de um "C"
Vão te abraçar
Um abraço apertado
Pra você não escapar
Se você foge me faz crer
Que o mundo pode acabar (vai acabar)