segunda-feira, 3 de setembro de 2007


Pra se contar uma história há-de se vestir de história.
Pra se vestir de história há-de se despir da própria pele... se tatuar de gestos largos e comedidos, se impregnar de sons e cheiros, ter no olhar o brilho das estrelas e o escuro do poço mais fundo- sem perder as nuances, todas elas que habitam entre o clarão e o escuro!
Pra se contar uma história, há-de se mergulhar nela sem medo de morrer afogado, há-de se levá-la às alturassem medo de despencar do alto.
Pra se contar uma história, há-de se inventar palavras, há-de se despertar choro, há-de se acender risos sem se dar por isso.
Pra se contar uma históriahá-de se cantar cada palavra com gosto de palavra nova e cada palavra nova o som dos sinos trazer consigo a ecoar desde o sempre até ao infinito fundindo silêncio e grito de toda memória...
Pra se contar uma história, há-de se despir da própria pele se tatuar de gestos largos e comedidos se impregnar de sons e cheiros ter no olhar o brilho das estrelas e o escuro do poço mais fundo- sem perder as nuances, todas elas que habitam entre o clarão e o escuro!

Encontraria o descanso do meu corpo, se próximo ao teu estivesse.

Apenas dormiria, me aconchegaria.

Sem nada dizer, nem amor para fazer.

Apenas me entregaria.

Em teus braços, simplesmente dormiria, protegida, acalentada,…

Apenas dormiria...

Quem tivesse um amor


Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,para pensar um belo pensamentoe pousá-lo no vento!Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível -para se ver chorando, e gostar de chorar,e adormecer de lágrimas e luar!Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,partisse por nuvens, dormentes e acordado,levitando apenas, pelo amor levado…Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,sem antes nem depois: verdade e alegoria…Ah! quem tivesse…
(Mas, quem teve? quem teria?)

(Cecília Meirelles)