terça-feira, 4 de setembro de 2007

�Eu te amo calado como quem ouve uma sinfonia�

(Lulu Santos)
Não existiria som, senão houvesse o silêncio;
Não haveria luz, senão fosse a escuridão;
A vida é mesmo assim, de noite, não e sim;
Cada voz que tanto amou não diz tudo que quer dizer;
Tudo que cala, fala mais alto ao coração;
Silenciosamente, eu te falo com paixão;
Eu te amo calado, como quem ouve uma sinfonia;
De silêncios e de luz;
Nós somos medo e desejo;
Somos feitos de silencios e sons;
Tem certas coisas que eu não sei dizer;
A vida é mesmo assim, de noite, não e sim;
Eu te amo calado, como quem ouve uma sinfonia;
De silêncios e de luz;
Nós somos medo e desejo;
Somos feitos de silêncios e sons;
Tem certas que eu não sei dizer.

" Rua da Amargura"



A minha rua é longa e silenciosa como um caminho que foge
E tem casas baixas que ficam me espiando de noite
Quando a minha angústia passa olhando o alto.
A minha rua tem avenidas escuras e feias
De onde saem papéis velhos correndo com medo do vento
E gemidos de pessoas que estão eternamente à morte.
A minha rua tem gatos que não fogem e cães que não ladram
Tem árvores grandes que tremem na noite silencio
Fugindo as grandes sombras dos pés aterrados.
A minha rua é soturna
Na capela da igreja há sempre uma voz que murmura louvemos
Sozinha e prostrada diante da imagem
Sem medo das costas que a vaga penumbra apunhala.
A minha rua tem um lampião apagado
Na frente da casa onde a filha matou o pai
Porque não queria ser dele.
No escuro da casa só brilha uma chapa gritando quarenta.
A minha rua é a expiação de grandes pecados
De homens ferozes perdendo meninas pequenas
De meninas pequenas levando ventres inchados
De ventres inchados que vão perder meninas pequenas.
É a rua da gata louca que mia buscando os filhinhos nas portas das casas
É a impossibilidade de fuga diante da vida
É o pecado e a desolação do pecado
É a aceitação da tragédia e a indiferença ao degredo
Com negação do aniquilamento.
É uma rua como tantas outras
Com o mesmo ar feliz de dia e o mesmo desencontro de noite.
É a rua por onde eu passo a minha angústia
Ouvindo os ruídos subterrâneos como ecos de prazeres inacabados.
É a longa rua que me leva ao horror do meu quarto
Pelo desejo de fugir à sua murmuração tenebrosa
Que me leva à solidão gelada do meu quarto.
Rua da Amargura...

Vinicius de Moraes

SONATA AO LUAR



Quem de nós não teve um momento de extremada dor?

Quem nunca sentiu, em algum momento da vida, vontade de desistir?

Quem ainda não se sentiu só, extremamente só, e teve a sensação de ter perdido o endereço da esperança!

Nem mesmo as pessoas famosas, ricas, importantes, estão isentas de terem seus momentos de solidão e profunda amargura...

Foi o que ocorreu com um dos mais reconhecidos compositores de todos os tempos, chamado Ludwig Van Beethoven, que nasceu no ano de 1770 em Bonn, Alemanha, e faleceu em 1827, em Viena, na Áustria.

Beethoven vivia um desses dias tristes, sem brilho e sem luz.

Estava muito abatido pelo falecimento de um príncipe da Alemanha, que era como um pai para ele.

O jovem compositor sofria de grande carência afetiva.

O pai era um alcoólatra contumaz e o agredia fisicamente.

Faleceu na rua, por causa do alcoolismo.

Sua mãe morreu muito jovem.

Seu irmão biológico nunca o ajudou em nada, e, além disso, cobrava-lhe aluguel da casa onde morava.

A tudo isto soma-se o fato de sua doença agravar-se.

Sintomas de surdez começavam a perturbá-lo, ao ponto de deixá-lo nervoso e irritado.

Beethoven somente podia escutar usando uma espécie de trombone acústico no ouvido, o que seria para nós, hoje, um tipo de aparelho auditivo.

Ele carregava sempre consigo uma tábua ou um caderno, para que as pessoas escrevessem suas idéias e pudessem se comunicar, mas elas não tinham paciência para isto, nem para ler seus lábios.

Notando que ninguém o entendia nem o queriam ajudar, Ludwig se retraiu e se isolou.

Por isso conquistou a fama de misantropo.

Foi por todas essas razões que o compositor caiu em profunda depressão.

Chegou a redigir um testamento dizendo que ia se suicidar.

Até q conheceu uma moça.

Ela morava na mesma pensão pobre, para onde Beethoven havia se mudado, e daria tudo para enxergar uma noite de luar..

.Ao ouvi-la Beethoven se emociona até as lágrimas...Afinal, ele podia ver!

Ele podia escrever sua arte nas pautas...A vontade de viver volta-lhe renovada e ele compõe uma das músicas mais belas da humanidade:

Sonata ao luar.

No seu tema, a melodia imita os passos vagarosos de algumas pessoas.

Possivelmente os dele e os dos outros que levavam o caixão mortuário do príncipe, seu protetor.

Olhando para o céu prateado de luar, e lembrando da moça cega, como a perguntar o porquê da morte daquele mecenas tão querido, ele se deixa mergulhar num momento de profunda meditação transcendental...

Alguns estudiosos de música dizem que as três notas que se repetem insistentemente no tema principal do 1º movimento da Sonata, são as três sílabas da palavra por quê? ou outra palavra sinônima, em alemão.

Anos depois de ter superado o sofrimento, viria o incomparável Hino à alegria, da 9ª sinfonia, que coroa a missão desse notável compositor, já totalmente surdo.

Hino à alegria expressa a sua gratidão à vida e a Deus por não haver se suicidado.Tudo graças àquela moça cega que lhe inspirou o desejo de traduzir, em notas musicais, uma noite de luar...

Usando sua sensibilidade Beethoven retratou, através da melodia, a beleza de uma noite banhada pelas claridades da lua, para alguém que não podia ver com os olhos físicos...



***A música desperta na alma impressões de arte e de beleza que são o júbilo e a recompensa dos espíritos puros, uma participação na vida divina em seus deleites e seus êxtases.

A música, melhor do que a palavra representa o movimento, que é uma das leis da vida; por isso ela é a própria voz do mundo superior.Porém, unida a palavras malsãs, a música não é mais do que um instrumento de perversão, um veículo de torpeza que precipita a alma nas baixas sensualidades, corrompendo os costumes.Pense nisso, e busque alimentar sua alma com melodias que expressem arte e beleza, que falem do bom e do belo.
“” Amor...Não quero ser a introdução, nem a conclusão do livro da sua vida...
Ficaria feliz em ser apenas um capítulo pelo qual você se orgulhasse...
...Não quero ser uma coisa nova em sua vida, nem desaparecer quando amanhecer o dia... Quero apenas dobrar a esquina do seu mundo e ter a sensação de que nunca fui embora...
Porque na imensidão de um minuto eu vejo o tanto que você me faz falta..."

** QUERO...**


..."Perder-me e achar-me no calor do teu corpo e da tua alma...
Com o meu amor, embalar todos os teus sonhos e assim, dar lugar aos meus!
Basta olhar no fundo dos teus olhos, para que todo o meu corpo trema, basta um toque teu, para que me entregue de corpo e alma, sem receios, nem medos...
Apenas sonhos, esperanças e eterna paixão...
Contigo e em ti é fácil voar por entre o mundo especial da fantasia e dos sentidos...
Tu dás sentido à minha vida!
Aos meus sonhos.
És alma igual à minha que procurava por entre a bruma da existência e que, sem esforço, a tornou brilhante e sonhadora."..


Pronto! Acabou-se...


O vento sopra forte
Leva com ele folhas secas e mortas,
leva um pouco de minha alegria,
leva um pouco de sua presença,
leva um pouco de você...
E eu olho para o vento e não compreendo.
Não compreendo porque as folhas tem que voar para longe porque minha alegria se acaba porque um amigo tem que trilhar por uma estrada sem retorno...
E tudo fica parado, vazio...é como se um pedacinho da gente fosse morrendo pouco a pouco.
Olhe!O vento já parou de sopraras folhas já se foram...
Minha alegria?
Ficou muito longe
E eu... eu já não sinto mais sua presença, meu amor.
Autora: Diva Ormastroni

Tudo passa....





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