segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Você

Quando vi você, alguma coisa mudou, não sei se foi por fora ou por dentro, não sei se foi bom, se foi ruim, os nossos relances de olhares, sorrisos trocados, a brincadeira de sedução, coisas simples diariamente me lembram você.Quando você passava por mim, e eu sentia eu cheiro, sua respiração, por brincadeira do destino você começo a fazer parte da minha vida, e juntos com isso um novo sentimento ele me apresentou, algo que jamais eu tive por outras pessoas, ou melhor... já tive, mas não que durasse e fosse tão forte como é por você.

BY Anna Rafaella

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

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Frio. Vento. Música.
O mundo engole as palavras.O amor grita.
Sua voz é rouca, sai fraca, mas grita.
Sangra. Cospe o coração.
Pega e examina.
Não vê nada.
O que sente o coração?
Decidiu abri-lo para ver o que tinha dentro.
Pegou a chave que estava no bolso esquerdo.
Abre o cadeado e se depara com uma escada bem escura.T
oma coragem.
Precisa de fogo. Acende uma vela.
Fogo. Luz. Desce. Frio. Vento.
Uma musica toca de longe.
Um som leve de tambor misturado com o suave som de violinos.
Escuridão. O vento apagou a vela.
Tateia. Busca. Não pode seguir seu coração.
Deita no chão.
Esta perdido.
Desiste e fecha os olhos na escuridão. Sente o corpo leve.
Começa a flutuar.
Seu corpo sobe.
Sobe.
Sobe.
Encostam com a parte de cima, rosto, dedos, joelhos, pontas dos pés, em uma superfície.
Gosmenta. Pegajosa. Tateia.
Encontra uma corda que dá em um buraco.
Consegue se desvencilhar da substancia que esta grudada em seu corpo.
Sobe.
Sobe.
Sobe.
Som. Forte. Alto. Tambor. Tum.Tum.
Ensurdecedor.
A corda arrebenta. Consegue segurar.
Em uma mão. A mão agarra a sua e puxa.
Consegue subir.
Pergunta quem esta ali, mas sua voz não sai.
Esta completamente mudo.
Tateia.
A mão sai da parede.
Uma parede impenetrável.
Descobre outras mãos.
Ninguém fala.
Só há mãos e o som do tambor.
Entrega-se de vez ao cansaço.
Encosta. Na parede. As mãos o agarra e o suga para dentro da superfície dura.
Tenta escapar. È engolido. Tenta escapar
.Escapar. Sua mão consegue.
Ele não.
Descobre.
O segredo do coração.
( Daniela Dionísio)

Quando eu ti encontrar


Eu já sei o que meus olhos vão querer
Quando eu te encontrar
Impedidos de te ver
Vão querer chorar
Um riso incontido
Perdido em algum lugar
Felicidade que transborda
Parece não querer parar
Não quer parar
Não vai parar
Eu já sei o que os meus lábios vão querer
Quando eu te encontrar
Molhados de prazer
Vão querer beijar
O que na vida não se cansa
De se apresentar
Por ser lugar comum
Deixamos de extravasar
De demonstrar
Nunca me disseram
O que devo fazer
Quando a saudade acorda
A beleza que faz sofrer
Nunca me disseram
Como devo proceder
Chorar, beijar, te abraçar
É isso que quero fazer
Isso que que quero dizer
Eu já sei o que os meu braços vão querer
Quando eu te encontrar
Na forma de um "C"
Vão te abraçar
Um abraço apertado
Pra você não escapar
Se você foge me faz crer
Que o mundo pode acabar (vai acabar)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Estigmatizados


Se por acaso ao chegar da noite eu desistir de você saiba que eu estarei desistindo de mim
Se lutarmos pela verdade, poderemos ficar juntos
Os deuses não deveriam me prender aqui, nesse universo paralelo ao seu
Não deveriam me manter longe de você
Não me provoque, estendendo sua mãoe recolhendo ela em seguida
Me deixe, ou me aceite como eu sou
Vamos viver nossas vidas, estigmatizadas
Eu sinto o sangue em minhas veias correr, sinto meu corpo estremecer apenas pelo som da sua voz
Hora após hora dia após dia
Estamos vivendo nossas vidas de maneiras diferentes
Mas de alguma forma eu e você continuamos ligados e juntos
De uma estigmatizada
Viveremos nossas vidas, cairemos e levantaremos todos os dias
Eu acredito em você
Mesmo que ninguém entenda
Eu acredito em você, e não dou a mínima
Se estamos estigmatizados


By Anna Rafaella

terça-feira, 16 de outubro de 2007

O GÊNIO DA NOITE


Noturno guardião dos sonhos
Quando o sono encerra o canto
E o lamento,
Transforma a dor e o pranto
Em esquecimento.
Tu que vestes de estrelas
O pano da noite
E conduz
Nesse infinito espaço,
O ventre imenso
Da lua,
Em seu altar de prata.
Dos teus negros olhos,
Nascem a aurora,
Como a esperança
Que rompe com seus braços de sol
A escuridão.
E do teu absoluto breu,
Gênio da noite,
Permites que surjam
Os primeiros anjos
Em suas vestes.
E de suas mãos
Surgem mandalas
E de seus dedos
Prelúdios
Nas cores do dia,
E há desejos
Nos olhos incendiados
Da manhã.
Isabor Navarro

Platonica


É por nada saber
Que tanto sei.
Que a esperança
É branca, cega,
Bandeira que se embala
Fustigada pelo vento
É vela
Desenhada na aquarela
De um oceano.
Não procuro a verdade
Sigo as setas do destino,
Caminho improvável
Da felicidade,
Onde arde o desejo
Como um lume
Aceso ao peito,
Flor de carne.
Eu quero o amor
O inconcebível ato de amor
Entre os astros separados,
Essa imagem
A platônica mensagem,
O beijo do sol
No ventre da lua,
A eterna procura
Dos teus olhos
Como tochas
Na madrugada
Do meu corpo
,E as tuas mãos fantasmas
Em minha alma nua.

Eugénio de Andrade


"Olhos postos na terra

tu virás, no ritmo da própria primavera

e como as flores e os animais

abrírás as mãos de quem te espera."


Eugénio de Andrade

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

"Sintaxe à vontade"


" ... todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto ou indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e
ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas,
entre vírgulas
e estar entre vírgulas é aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples



...um sujeito e sua oração
sua pressa e sua prece
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou
não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição...



...é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
é muitas vezes, encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...
tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?..."


O teatro magico

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O amor que se perdeu!!

Ah! Sorte traiçoeira porque não trouxeste meu amor
Na calda de um cometa ou numa pétala de flor...
Contemplava as estrelas até o dia amanhecer
Procurava nos jardins até o entardecer...
Fui p’ra ponta do arco-íris esperando meu amado
Ele foi se dissolvendo ficando o céu azulado...
E eu triste aqui fiquei sem saber o que pensar
Até que a chuva caiu e começou a me molhar...
Esperançosa na praia, pisando na areia macia
Esperei inutilmente... a maré não o trazia...
Sentei-me na areia morna olhando as ondas bater
Finalmente fui embora por nada poder fazer...
Banhei-me na cachoeira olhando as águas frondosas
Solitária eu fiquei aguardando por respostas..
.Nada havia que fizesse meu amor aparecer
Voltei p’ra casa tristonha e agora tento esquecer...
Já tive outros amores, mas não o que eu desejava...
Ele nunca apareceu nos caminhos que eu andava...
Companheiro, amante, amigo que soubesse me entender...
Será que esse amor existe...?
Ninguém, até agora, soube me responder...!

Vanda Dias da Cruz

Traição


Não me amava de verdade


Fui à última a saber


Traia-me sem remorso


E eu sem nada perceber
A vida com seus mistérios


Acaba nos revelando


Por acaso ou por maldade...


Mas o coração ficou sangrando.
Cansei de tanto chorar


Por sua ingratidão


Até posso perdoar...Porém sem mais ilusão...



Fica cada vez mais difícil


Pensar em sinceridade...


Agora não mais consigo


Acreditar em lealdade.



Vanda Dias da Cruz


Imagem


Catedral


Se um de nós errou sem ter como
Saber que tudo que podia então viver
Não foi miragem nem uma ilusão comum
Bobagem
Se um de nós errou em ter que negar
Tudo que sentia preso no olhar
Faltou coragem uma atitude de verdade
Deixa eu te ver destranque a porta
Nosso sentimento é o que importa
Pra você eu dei minha resposta
Meu desejo, meu desejo.
Deixa de mistério e vem sem medo
Vou te revelar os meus segredos
Matar a saudade do teu beijo
Vem responde, meu desejo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Amar…


Amar… é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser; é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha para longe.
Rainer Maria Rilke


"Já não me importo"


"Já não me importo"
Já não me importo até com o que amo ou creio amar. Sou um navio que chegou a um porto e cujo movimento é ali estar. Nada me resta do que quis ou achei. Cheguei da festa, como fui para lá ou ainda irei Indiferente a quem sou ou suponho que mal sou, fito a gente que me rodeia e sempre rodeou, com um olhar que, sem o poder ver,sei que é sem ar de olhar a valer. E só me não cansa o que a brisa me traz de súbita mudança no que nada me faz.
(Fernando Pessoa)


"Lucidez perigosa"


Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise. Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço. Além do que: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano - já me aconteceu antes. Pois sei que - em termos de nossa diária e permanente acomodação resignada à irrealidade - essa clareza de realidade é um risco. Apagai, pois, minha flama, Deus, porque ela não me serve para viver os dias. Ajudai-me a de novo consistir dos modos possíveis. Eu consisto, eu consisto, amém.
(Clarice Lispector)


''Tabacaria"



Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso tanta coisa! E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! Gênio? Neste momento cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, e a história não marcará, quem sabe? Nem um, nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. Não, não creio em mim. Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? Não, nem em mim(...)".
(Álvaro de Campos)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007


Quando se ama, não é preciso entender o que acontece lá fora, porque tudo passa a acontecer dentro de nós. (Paulo Coelho)

rasgam-se vozes dentro do vento de papel. despedaçam-se as caixas de gente empacotada, corroem-se as esperanças sugadas e novamente inventadas, soltam-se os vazios de insanidade mental entre as vias de terra seca. há sangue na terra que não me pertence. há fantasmas a descascarem-me a alma, vidros que se quebram entre soluços de maldição. segundos que se pintam na força que não encontro em mim.

Em algum lugar do arco-íris


Em algum lugar sobre o arco-íris, lá bem no alto estão os sonhos que você sonhou uma vez em um lual.

Em algum lugar sobre o arco-íris, onde pássaros azuis voam os sonhos que você sonhou, esses sonhos realmente se tornam realidade.

Um dia farei um desejo à uma estrela, de acordar onde as nuvens ficaram para trás, onde os problemas se derretem como gotas de limão...

Bem acima das pontas das chaminés, é onde me encontrará...

Em algum lugar sobre o arco-íris, muitos pássaros azuis voam

E os sonhos que você ousou sonhar,

Oh por que? Por que não posso?

Bem eu vejo o verde das árvores e rosas vermelhas também,

Eu as assistirei florecer para mim e para você.

E eu penso: que mundo maravilhoso!

Bem eu vejo o azul do céu, vejo o branco das nuvens e o brilho do dia

Também gosto da escuridão, e penso: que mundo maravilhoso!

As cores do arco-íris tão belas no céu também estão nos rostos das pessoas que passam

Eu vejo amigos apertando as mãos e dizendo: como vai?

Eles, na verdade, estão dizendo: eu, eu te amo

Eu ouço bebês chorarem e os assisto crescer,

Eles aprenderão muito mais do que jamais saberemos

E eu penso: que mundo maravilhoso!

Um dia farei um desejo à uma estrela, de acordar onde as nuvens ficaram para trás onde os problemas se derretem como gotas de limão

Bem acima das pontas das chaminés é onde me encontrará

Em algum lugar sobre o arco-íris, bem no alto

E os sonhos que você ousou sonhar, oh por que não sonhamos também?