segunda-feira, 27 de agosto de 2007

EU


Até agora eu não me conhecia, julgava que era Eu e eu não era...
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.
Mas que eu não era Eu não o sabia mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!
Andava a procurar-me - pobre louca!
- E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!
E esta ânsia de viver, que nada acalma,
E a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!
Florbela Espanca

Um comentário:

Marcos Seiter disse...

Fico me olhando no espelho e procuro-me.

Bjo e abraços!!!!

Marcos Ster