PIERROT : Aconcheguei-me dela, a alma vibrante louca, o coração batendo...
ARLEQUIM : ...E beijaste-lhe a boca?
PIERROT- cismarento - : Não... Para que beijar? Para que ver, tristonho, no meu lábio o vácuo do meu sonho de ta de volta... Beijo dado, Arlequim!, tem amargos ressábios... Sempre o beijo melhor é o que fica nos lábios. O beijo que morre assim como um gemido, sem ter a sensação brutal de ser colhido...
ARLEQUIM : E que disse Columbina?
PIERROT : Suspirou ...
ARLEQUIM - mordaz- : Preferia, bem vês, que lhe desses um beijo! Assim tu terias a prova de que ela não te ama mais. Quando iras embora, criatura das sombras?! Pare de chorar a ilusão em vão! Ela e minha eu a tomei de ti!
PIERROT : NÃO!!. Ela olhou-me!... E eu vi que, comovida, sentiu que , nesse meu olhar... eu punha a minha vida...
Um silêncio cheio de angústias vagas. Sob o luar claro nossas almas evocam fantasmas de emoções mortas. Os espectros das memórias parecem florecer, como numa urna invisível, a saudade romântica de Pierrot...
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